- Área: Compressor Technique Brasil
- Ex-colaborador
Nivaldo cruzou os portões do Grupo Atlas Copco pela primeira vez em março de 1994. Ele chegou com passos firmes, olhar curioso e uma bagagem feita de conhecimento técnico e silêncio observador. Tinha se formado engenheiro eletricista em 1983, e ele vinha não apenas para trabalhar, mas para transformar a forma como o Grupo se relacionava com os desafios da indústria brasileira.
Naquela época a fábrica em Diadema ainda respirava papel vegetal, microfilmes, cópias a álcool e pranchetas inclinadas. Tudo era mais lento. Tudo era mais manual. Mas já ali pulsava o desejo de ir além. E ele chegou bem no meio dessa transição.
O futuro batia à porta, e foi com ele que pela primeira vez, a eletrônica ganhou espaço dentro dos nossos compressores.
Não demorou para que ele estivesse envolvido nos primeiros protótipos com controles eletrônicos. Foi um tempo de descobertas. Ele projetava, testava, nacionalizava, ajustava. E, principalmente, escutava.
Porque antes de qualquer solução técnica, ele fazia uma pergunta simples: "O que você realmente precisa?"
Essa escuta virou marca registrada. Nos ruídos de uma fábrica, no calor de uma ponte rolante, na umidade de uma plataforma offshore, o Grupo aprendeu com ele a prestar atenção nos detalhes que não estão nos desenhos. Foi assim que o Grupo entregou equipamentos que não apenas funcionavam, mas que resistiam.
Adaptados a cada contexto, a cada cliente, a cada desafio.
Na virada do milênio, ele correu para desenvolver e entregar geradores antes do temido bug do ano 2000. Foi uma verdadeira corrida contra o tempo.
Em outra ocasião, Nivaldo atendeu uma indústria de alumínio que precisava de um compressor sobre uma ponte rolante, onde a temperatura ambiente chegava a 60°C. Era um ambiente agressivo, quase inóspito. Mas ele foi até lá, estudou, voltou, desenhou. O primeiro foi difícil.
Os outros vieram por confiança.
Com o tempo, ele passou a atuar ainda mais perto dos clientes.
Como gerente de engenharia de aplicação, tornou-se ponte entre o comercial e a engenharia, ajudando a traduzir as necessidades técnicas em soluções reais.
Não era só projeto, era proximidade. Era entendimento. Era parceria.
Ao longo dessas três décadas, ele ajudou a atender projetos da Petrobras, da Vale, de fábricas de papel e celulose. Desenvolveu esquemas complexos de automação, participou da adaptação de equipamentos em série, aprimorou processos.
E mesmo quando o cronograma apertava, mantinha a serenidade de quem sabia que, mais importante que a velocidade, era a confiabilidade.
Hoje, olhando para os 70 anos de história do Grupo Atlas Copco no Brasil, vemos que pessoas como o Nivaldo ajudaram o Grupo a evoluir. A perceber que inovação não é só tecnologia — é escuta, é adaptação, é humildade para recomeçar sempre que necessário.