- Posição Atual: Gerente de Projetos - Holding
Foi em setembro de 1991 que ele entrou pela nossa porta.
Trazia nas mãos a experiência com telex e fax, e nos olhos, uma curiosidade quieta.
Chegava por causa de um anúncio de jornal, desses que hoje quase não existem, sem saber exatamente o que fazíamos, mas com a disposição de aprender qualquer coisa.
O mundo era analógico. E Mauro também.
Mas, aos poucos, ele se tornou parte do fio condutor que nos levou da era do papel à era da nuvem.
Digitou catálogos inteiros no Lotus 123, viu as ferramentas pneumáticas darem lugar às elétricas e atravessou conosco a revolução silenciosa que acontece quando uma tecnologia passa a pensar.
Com o tempo, se tornou mais do que técnico.
Foi vendedor, gestor, residente em fábrica, mentor, facilitador de conexões entre pessoas e sistemas.
Viveu, literalmente, dentro da transformação da indústria brasileira — especialmente quando o país virou protagonista na produção automotiva global. Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Taubaté... onde houvesse uma fábrica se expandindo, lá estava ele.
Na Ford da Bahia, foi nossa voz. E também nossos ouvidos.
Testemunhou o nascimento do conceito de carro global. Participou da adaptação de soluções globais à realidade local. Sabia que, por trás de cada peça apertada com precisão, havia uma pessoa pressionada por prazos, metas, máquinas.
E ele fazia a ponte.
Se Adaptou
Com o passar dos anos, viu a empresa crescer não só em tamanho, mas em complexidade. Acompanhou aquisições que mudaram nossa forma de atuar. Integrou novas tecnologias: adesivos industriais, visão computacional, ferramentas sem fio. E nos ajudou a compreender que vender é só o começo. O valor está em manter. Em evoluir junto. Em ouvir quando algo não vai bem.
Quando os algoritmos chegaram, Mauro já estava conosco havia duas décadas. Não estranhou. Aprendeu. Aplicou. Ajudou a levar soluções digitais para regiões onde o acesso era difícil — e nos ensinou que a verdadeira transformação só acontece quando alguém se dispõe a explicá-la com paciência.
O olhar no futuro
E, então, começou a falar de outras urgências: sustentabilidade, responsabilidade, impacto.
Hoje, ele participa de projetos que olham para o futuro com a mesma seriedade com que, lá atrás, ele digitalizava manuais página por página.
A verdade é que Mauro não atravessou o tempo apenas como espectador. Ele moldou cada década com o cuidado de quem acredita. Com a presença de quem fica. E com o olhar de quem sabe que, mesmo depois de 30 anos, o melhor ainda pode estar por vir.