70 anos no Brasil

Ignácio Quintaes:

Memória Viva do Grupo Atlas Copco

  • Área: Compressor Technique
  • Ex-colaborador

 

Ignácio Leme Quintaes entrou no Grupo Atlas Copco em 1º de novembro de 1966, aos 26 anos, iniciando sua carreira como vendedor técnico. 

Foto de Entrevistado do Site de 70 anos do Grupo Atlas Copco no Brasil

Naquele período, o Brasil vivia uma fase intensa de crescimento industrial, especialmente em mineração e construção civil, e o Grupo Atlas Copco precisava de profissionais capazes de traduzir a excelência tecnológica da empresa para clientes exigentes e desafiadores.

Iniciei como vendedor técnico, mas logo percebi que estava diante de uma oportunidade de aprendizado sem fim. A empresa crescia e a cada dia trazia novos desafios”

contou Quintaes

Nos primeiros dez anos, ele percorreu projetos que iam desde grandes empreiteiras até obras emblemáticas, como a construção de usinas hidrelétricas, incluindo Itaipu, Paraná, e mais tarde Tucuruí, no Pará.

Nesses projetos, o Grupo Atlas Copco não apenas fornecia equipamentos, mas também soluções completas de produtividade, com compressores, perfuratrizes e ferramentas industriais, antecipando as necessidades dos clientes com precisão quase cirúrgica.

Ignácio recorda com clareza a evolução tecnológica do período.

Inicialmente, a maioria dos compressores e equipamentos era importada, e a operação nacional consistia em ajustes e integração com motores elétricos e diesel nacionais.

Com o tempo, porém, o Grupo Atlas Copco nacionalizou a produção, desenvolvendo compressores e equipamentos  localmente.


Antes, vendíamos o equipamento com motor nacional agregado. Depois, produzíamos tudo aqui, do elemento compressor aos parafusos, e isso mudou completamente nosso dinamismo e competitividade frente aos concorrentes”

lembrou Quintaes.

Foto de Entrevistado do Site de 70 anos do Grupo Atlas Copco no Brasil

Em 1976, ele foi promovido a gerente de vendas e, três anos depois, assumiu a filial de Salvador, na Bahia, com toda a família. Esse movimento consolidou sua compreensão sobre a operação regional e fortaleceu a presença do Grupo Atlas Copco no Nordeste brasileiro.

O retorno a São Paulo marcou uma nova fase: ele passou a supervisionar todas as filiais, coordenando equipes e garantindo a integração entre vendas, serviços e operações industriais.

Durante sua carreira, Quintaes vivenciou também o desafio da Argentina, onde encontrou uma filial em crise, com equipes inchadas e resultados fracos. Com habilidade gerencial e profundo conhecimento técnico-comercial, reorganizou a operação, fechou unidades deficitárias e manteve apenas o essencial, garantindo a continuidade do Grupo Atlas Copco no país.

Chegando lá, metade do prédio estava fechada. Tive que tomar decisões difíceis, mas foi a única forma de salvar a operação”

O legado de Quintaes não se restringiu à expansão geográfica ou ao sucesso comercial.

Ele foi protagonista da consolidação de práticas de gestão e da disseminação do conhecimento técnico, formando uma geração de profissionais preparados para lidar com as demandas da mineração, construção e indústria pesada. 

Seu relato evidencia a importância da memória institucional: sem essas experiências e aprendizados, o Grupo Atlas Copco correria o risco de perder o próprio DNA.

Ao final de sua trajetória, que durou 40 anos e dois meses, Inácio recordava com emoção:

Foram anos maravilhosos. Acordava cedo com vontade de trabalhar e desenvolver soluções. Aprendi, cresci e vivi intensamente a história da Atlas Copco.”