- Área: Compressor Technique
- Ex-colaborador
Ignácio Leme Quintaes entrou no Grupo Atlas Copco em 1º de novembro de 1966, aos 26 anos, iniciando sua carreira como vendedor técnico.
Naquele período, o Brasil vivia uma fase intensa de crescimento industrial, especialmente em mineração e construção civil, e o Grupo Atlas Copco precisava de profissionais capazes de traduzir a excelência tecnológica da empresa para clientes exigentes e desafiadores.
Nos primeiros dez anos, ele percorreu projetos que iam desde grandes empreiteiras até obras emblemáticas, como a construção de usinas hidrelétricas, incluindo Itaipu, Paraná, e mais tarde Tucuruí, no Pará.
Nesses projetos, o Grupo Atlas Copco não apenas fornecia equipamentos, mas também soluções completas de produtividade, com compressores, perfuratrizes e ferramentas industriais, antecipando as necessidades dos clientes com precisão quase cirúrgica.
Ignácio recorda com clareza a evolução tecnológica do período.
Inicialmente, a maioria dos compressores e equipamentos era importada, e a operação nacional consistia em ajustes e integração com motores elétricos e diesel nacionais.
Com o tempo, porém, o Grupo Atlas Copco nacionalizou a produção, desenvolvendo compressores e equipamentos localmente.
Em 1976, ele foi promovido a gerente de vendas e, três anos depois, assumiu a filial de Salvador, na Bahia, com toda a família. Esse movimento consolidou sua compreensão sobre a operação regional e fortaleceu a presença do Grupo Atlas Copco no Nordeste brasileiro.
O retorno a São Paulo marcou uma nova fase: ele passou a supervisionar todas as filiais, coordenando equipes e garantindo a integração entre vendas, serviços e operações industriais.
Durante sua carreira, Quintaes vivenciou também o desafio da Argentina, onde encontrou uma filial em crise, com equipes inchadas e resultados fracos. Com habilidade gerencial e profundo conhecimento técnico-comercial, reorganizou a operação, fechou unidades deficitárias e manteve apenas o essencial, garantindo a continuidade do Grupo Atlas Copco no país.
O legado de Quintaes não se restringiu à expansão geográfica ou ao sucesso comercial.
Ele foi protagonista da consolidação de práticas de gestão e da disseminação do conhecimento técnico, formando uma geração de profissionais preparados para lidar com as demandas da mineração, construção e indústria pesada.
Seu relato evidencia a importância da memória institucional: sem essas experiências e aprendizados, o Grupo Atlas Copco correria o risco de perder o próprio DNA.
Ao final de sua trajetória, que durou 40 anos e dois meses, Inácio recordava com emoção: